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Director de Informação
As empresas estão preparadas. E os fundos?
Muitas empresas estão mais que preparadas para alavancar os seus projetos com a ajuda dos fundos, no entanto, os fundos tardam em sair e muitas vezes não estão ajustados à realidade.
29 Jun 2022, 00:00

Das empresas que tive oportunidade de contactar no âmbito das talks que o EuroRegião fez pelo país, a impressão com que fiquei é: o que está a ser feito, está a ser bem feito.

Os fundos a que recorreram foram fundamentais para alavancar ideias de negócio inovadoras. É o caso da empresa de Santarém, que produz moscas para as transformar em proteína alimentar animal, é o caso da cervejaria em Braga que inovou nos sabores ou da empresa de reciclagem de Tondela que foi pioneira na reciclagem de eletrodomésticos em toda a Península Ibérica.

Todas estas empresas são uma pequena amostra de muitas outras espalhadas pelo país que estão a inovar e a dinamizar a economia nacional.

Estão preparadas para receber os apoios comunitários, mas os apoios não estão adaptados. E a mais recente crise energética, provocada pela guerra na Ucrânia, vem demonstrar esse desajuste (aumento dos custos de produção é um dos exemplos).

De um modo muito geral, pelo que pude constatar, o cenário empresarial nacional é positivo mas a produtividade económica agregada mantém-se baixa. Por que razão?

É um daqueles paradoxos capazes de confundir as mentes menos treinadas, mas não as dos economistas. Bem esmiuçado, o ilogismo reflete o número abundante de microempresas em Portugal. Há produtividade, mas não o suficiente em termos globais (nacionais). E para complicar mais a tabela, o nosso país tem poucas grandes empresas. O mesmo não acontece com outros países europeus que também têm muitas empresas familiares, mas a produtividade agregada é alta porque têm, precisamente, um número considerável de grandes empresas.

A expectativa pelos fundos que aí vem é grande. O PRR, que arrancou em 2021, está a demorar a atingir a velocidade de cruzeiro que se pretende (apenas 90 milhões foram executados) e convém lembrar que o PT2020 ainda está a decorrer, com o 2030 à porta.

Isto é, estamos a falar de muito dinheiro para tão curto espaço de tempo para execução. Pelo que tenho visto, as empresas estão preparadas, e os fundos?

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