JOSÉ SÓCRATES CRITICA ATITUDES DO PS E O SILÊNCIO NO CASO INFLUENCER
Antigo primeiro-ministro português aponta dedo ao partido socialista em relação a António Costa e João Galamba
Redação EuroRegião
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11 de Dezembro 2023, 09:39
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Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias do passado dia 11 de dezembro, José Sócrates levanta questões sobre a alteração da cultura política do Partido Socialista e critica o silêncio dos seus dois principais candidatos à liderança em relação às escutas de um dos seus ministros na ‘Operação Influencer’.

Recordando que os socialistas sempre “recusaram sacrificar as liberdades constitucionais em nome de qualquer fim social, por mais nobre que fosse”, Sócrates lamenta que o partido “fundado por Mário Soares” esteja agora a hesitar “sobre a importância e o significado da coragem política”.

Os socialistas portugueses, segundo o próprio José Sócrates, nunca aceitaram “trocar garantias constitucionais individuais por finalidades coletivas”, salientando que “retiradas as garantias constitucionais ao cidadão, nada mais é seguro”.

José Sócrates refere-se neste texto às escutas realizadas a João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, durante quatro anos, embora nunca o mencione diretamente: “Dos dois candidatos à liderança do Partido Socialista, dizem que um é moderado e que o outro é corajoso”, começa por afirmar acrescentando que Pedro Nuno Santos “carrega consigo essa marca maldita de independência e de atrevimento que a moderna cultura política associa ao radicalismo político”, mas nada disse sobre o assunto.

Por fim afirma que “o Partido Socialista parece hesitar agora sobre a importância e o significado da coragem política”, e acusa também José Luís Carneiro de ser “moderado, tão moderado que a sua sensibilidade política estará sempre mais próxima do prestígio das instituições do que dos direitos individuais”.

“É triste, bem sei. Seja como for, é assim que estamos: um ministro socialista foi escutado durante quatro anos seguidos, e no Partido Socialista, ninguém protesta. Ninguém diz nada”, critica por último o antigo primeiro ministro.

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