summary_large_image
Vogal na Assembleia de Freguesia dos Olivais
Não há milagres
Claro que para ficar bem na “foto da energia verde”, a Alemanha sustentava-se na importação de gás proveniente da Rússia.
27 Jun 2022, 08:00

Passados quatro meses da invasão russa da Ucrânia, muitos dogmas na União Europeia caíram ou ficaram severamente abalados. Sim é verdade, já passaram quatro meses e o conflito parece não ter fim á vista. Um desses grandes paradigmas era a Alemanha, motor económico da União Europeia, poder finalmente libertar-se das suas centrais nucleares, bem como as de carvão. Claro que para ficar bem na “foto da energia verde”, a Alemanha sustentava-se na importação de gás proveniente da Rússia. No que respeita à energia, tal como a grande maioria das coisas na vida, também aqui não há milagres…

A imposição de sanções económicas ao país governado por Vladimir Putin e consequentes retaliações económicas, levaram a que, na semana passada, a Alemanha elevasse o nível de alarme sobre o abastecimento de gás para o nível 2, numa escala máxima de 3, o que obriga, desde já, a reativarem (como era mais que evidente!) as centrais a carvão. Um terço do gás consumido pelos germânicos é proveniente da Rússia e 15% da eletricidade alemã é produzida pelas centrais de ciclo combinado a gás (1). Estamos agora no Verão e os alemães estão numa corrida contra o tempo. O aproximar do “general Inverno” poderá ditar uma nova correlação de forças, mais favorável aos russos.

Portugal deve estar atento, percebendo que se nem um país tao poderoso como a Alemanha, pôde dar um passo maior do que a perna, devendo ter muito cuidado com as políticas vanguardistas no que respeita à energia. Há que manter um equilíbrio entre eficiência e peso na carteira das pessoas para não haver disrupção social. É que, também nisto, não há milagres…

  Comentários