Após o período da pandemia, que nos fez entrar em modo “freeze”, durante dois anos, os velhos problemas reapareceram, quais “esqueletos no armário”. Num SNS exaurido no combate à COVID, a Urgência, nos últimos dias, não tem sido capaz de assegurar o funcionamento às populações tal como é suposto.

Marta Temido, ministra da Saúde desde outubro de 2018, teve de interromper as férias para vir responder e dar respostas pelo caos que assolou o país. É no mínimo curioso que só agora o Governo, que está em funções há sete anos, observe problemas estruturais no SNS.

 É no mínimo curioso que só agora o Governo, que está em funções há sete anos, observe problemas estruturais no SNS

A solução foi a típica intervenção estatal, i.e.: um anúncio de uma comissão de acompanhamento e outro de abertura de vagas para o SNS. Sabendo-se a balbúrdia, ineficiência organizacional e, sobretudo, a retribuição não condizente com as qualificações de médicos e enfermeiros, suspeito que muitas dessas vagas fiquem por preencher.

O que falta aqui perceber é se este Governo e, em particular a ministra, conseguem “ver” para além da cegueira ideológica da dicotomia público/privado e conseguem mobilizar e coordenar todos os prestadores de saúde, sejam eles quais forem, para responderem às necessidades das populações. É somente isto que o povo quer e precisa.

a Oposição que queira ser alternativa, devia estar focada em, precisamente, dar a sua solução, com um plano e uma comunicação estruturada para o efeito

Como nota final, advirto que mais do que críticas fáceis, a Oposição que queira ser alternativa, devia estar focada em, precisamente, dar a sua solução, com um plano e uma comunicação estruturada para o efeito. Sem credibilidade nem seriedade nas propostas, não se consegue ser alternativa. E o povo também sabe disso.