De tão consolidados, há factos cuja lembrança deveria ser dispensada. Entre eles, o de o Norte ser a região mais populosa do país, a mais industrializada e exportadora.
Nas cargas por contentor, por exemplo, Leixões é o principal porto exportador nacional, tendo batido em 2020 um novo recorde. Até 2019, o Norte foi também a região turística com maior crescimento em dormidas e proveitos, e a que revelou mais resiliência no período pandémico, em linha com o crescimento do seu aeroporto, que alcançou 13 milhões de movimentos de passageiros.
O Norte integra, ainda, a mais importante eurorregião comunitária, formando com a Galiza uma poderosa conurbação de seis milhões de pessoas, com uma extensa fachada atlântica e enorme potencial de inovação e turismo internacional.
Estes factos simples justificam políticas e opções que salvaguardem o Norte como região-motor de desenvolvimento nacional, coesão e internacionalização. Por isso se torna tão decisivo o tema da conetividade. Tema reaceso pelas recentes notícias das opções da TAP, enquanto companhia pública nacional, no Aeroporto Francisco Sá-Carneiro, mas também – por muito melhores motivos – pelo debate que nos últimos dias a APDL promoveu, com a Associação Portuguesa de Logística, nos portos de Leixões e Viana do Castelo.
O Norte integra, ainda, a mais importante eurorregião comunitária, formando com a Galiza uma poderosa conurbação de seis milhões de pessoas, com uma extensa fachada atlântica e enorme potencial de inovação e turismo internacional
Mais do que improdutivos combates quixotescos, interessa ao Norte (como a qualquer região com o seu perfil geográfico e socioeconómico) uma clarificação sobre o que contar – e com quem contar. Da força e sustentabilidade do seu sistema de conetividade – aéreo, portuário, ferroviário e rodoviário – depende muito do futuro da região.
Nos portos de Leixões e Viana podemos receber inspiração. Para além da posição de referência que assumem no Noroeste peninsular, testemunham-se sentidos de futuro. Não só a dinamização do turismo de cruzeiros ou a assinalável diversificação de operações logísticas, mas também na descarbonização da atividade, com a progressiva eletrificação de equipamentos ou a produção de energias renováveis oceânicas. Na digitalização, é de notar que Leixões seja já o primeiro porto nacional 5G, viabilizando a introdução de drones no apoio a manobras de navios em porto, a atividades de inspeção ou controlo ou na coordenação de respostas a acidentes.
Na digitalização, é de notar que Leixões seja já o primeiro porto nacional 5G, viabilizando a introdução de drones no apoio a manobras de navios em porto, a atividades de inspeção ou controlo ou na coordenação de respostas a acidentes
Num Mundo incerto, a clareza de visão e a autonomia de ação são valores.
Nota: Este artigo de opinião é, também, publicado no Jornal de Notícias.
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