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Presidente da Assembleia da Freguesia de Paranhos
GUERRA!
Esta afirmação dispensa quaisquer outras referências ou explicações que lhe deem mais conteúdo: A Rússia invadiu a Ucrânia, num ato de guerra.
25 Fev 2022, 11:45

É, nestas horas, que se vivem desde a madrugada de 24 de fevereiro de 2022, uma constatação gélida, um facto pintado de negro que ameaça cobrir o mundo livre, democrático e respeitador dos Direitos Humanos.

Putin deseja reconstruir o império soviético por cima de um monte de cadáveres que , inevitavelmente se irão acumular, para que a História a fabricar pelo velho revisionismo soviético o consagre como o novo Czar de uma Rússia economicamente decadente, mas que do ponto de vista geoestratégico se transformou no maior perigo para a Europa desde a 2ª Guerra Mundial.

tal como Chamberlain após a assinatura do Acordo de Munique a 30 de setembro de 1938, com um sentimento de tranquilidade e confiança, pois tinha bastado uma hora e meia, para que ele (Chamberlain) por parte do Reino Unido, Daladier pela França, Benito Mussolini pela Itália e … Adolf Hitler pela Alemanha, tivessem chegado a acordo e evitado uma nova guerra. Foram enganados

Neste tempo de vésperas que chegou ao fim, alguns líderes europeus (e mundiais…) terão saído das últimas reuniões com Putin, tal como Chamberlain após a assinatura do Acordo de Munique a 30 de setembro de 1938, com um sentimento de tranquilidade e confiança, pois tinha bastado uma hora e meia, para que ele (Chamberlain) por parte do Reino Unido, Daladier pela França, Benito Mussolini pela Itália e … Adolf Hitler pela Alemanha, tivessem chegado a acordo e evitado uma nova guerra. Foram enganados. Todos sabemos como isto acabou…

Vladimir Putin terá uma dupla visão expansionista: tendo sido formado e formatado pelo então tenebroso KGB, sonha ainda com o Império Soviético, de Ditadura se não unipessoal, pelo menos assente num petit Politburo que nunca “digeriu” a queda do Muro de Berlin. E, por outro lado, numa Rússia pós-comunista, claramente enfraquecida pelo fim da Guerra Fria e pelo fim da bipolarização URSS-EUA, que levou a vontades concretizadas de independências territoriais, que se integraram das diversas formas possíveis, num mundo ocidentalizado com um ansiado respeito pelos Direitos Humanos, pela Liberdade, pelo desenvolvimento e pela via pacífica da Diplomacia para a resolução dos problemas.

Desta forma, estamos em crer que será muito perigoso sermos otimistas! Kiev, a capital da Ucrânia, país soberano (para já…) é claramente um dos objetivos principais. Mas não será o último dos objetivos

Desta forma, estamos em crer que será muito perigoso sermos otimistas! Kiev, a capital da Ucrânia, país soberano (para já…) é claramente um dos objetivos principais. Mas não será o último dos objetivos!

Depois da anexação da Crimeia, do protetorado subserviente em que se transformou a Bielorrússia e, agora, depois desta invasão para reconquistar a Ucrânia e submeter o seu povo, fica a faltar a Moldávia, Cazaquistão, Uzbequistão Quirguízia, Tajiquistão, Turquemenistão, Geórgia, Arménia, Azerbaijão e as Repúblicas Bálticas, Estónia, Letónia e Lituânia. E sem as Repúblicas Bálticas estamos a falar em territórios de recursos naturais de grande valor e fundamentais para a economia russa e num universo de mais de 80 milhões de habitantes. É altamente tentador e, mais do que isso, imprescindível para estes insanos devaneios expansionistas e imperiais.

Quanto às três repúblicas bálticas, o facto de pertencerem à NATO, transforma este projeto invasor e ilegítimo, praticamente inviável do ponto de vista militar e bélico (queremos acreditar nisto), pois uma guerra e/ou invasão como a que agora ocorre na Ucrânia, implicaria uma imediata utilização dos artigos 4º e 5º desta Organização, que colocaria o mundo numa guerra global sem precedentes, até pela forma não-convencional, para além da utilização de tropas e armamento tradicionais, com que, com toda a certeza, se desenrolaria.

Não nos iludamos, pois! Putin não é um líder que valorize a Diplomacia, as sanções ou a indignação e crítica dos media mundiais

Não nos iludamos, pois! Putin não é um líder que valorize a Diplomacia, as sanções ou a indignação e crítica dos media mundiais. Não é o povo, ou os povos e o seu sofrimento, bem-estar ou felicidade, que o preocupam ou o movem. Não! É o sentimento imperial, a glória e o culto pessoais e o sentimento de vingança. Até para com Lenine e os Bolcheviques. O preço? Sangue, mortos, destruição!

Se isto não é o mais parecido com a Alemanha nazi das décadas de 30 e 40 do século passado, temos andado todos distraídos…

Eis o que nos espera!

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