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Presidente da Assembleia da Freguesia de Paranhos
O PCP morreu com a queda da União Soviética. Alguém o deve informar!
O PCP ficou lá muito atrás na História. Perdeu o comboio das novas causas, da atualização ideológica face aos novos desafios do séc. XXI.
22 Abr 2022, 21:00

Confesso que hesitei antes de escrever este artigo. Não se pretendo, de forma nenhuma, que seja lido como um ataque partidário a uma força política, centenária, e que faz parte do espectro político português desde o nascimento da também quase cinquentenária Democracia portuguesa.

No entanto, e exatamente em nome dessa Democracia e dos valores que ela representa – Liberdade(s), pluralismo, respeito pela autodeterminação e independência dos Povos, entre outros, não posso deixar de juntar a minha voz à indignação nacional a respeito da ausência do PCP na Assembleia da República quando da intervenção em direto do Presidente Zelensky no Parlamento português, portanto, a Portugal.

Não tanto pela ausência – também foi assim com a visita do Rei Emérito de Espanha, Juan Carlos I, ao mesmo Parlamento há 20 anos – mas sobretudo pelo acinte ideológico revelado, pela incapacidade de se desmarcarem do agressor (Rússia) e do Ditador (Putin), de não se colocarem ao lado do agredido (Ucrânia) e dos seus largos milhares de mortos e das atrocidades confirmadas e dos termos usados para classificar o Presidente da Ucrânia.

O PCP ficou lá muito atrás na História. Perdeu o comboio das novas causas, da atualização ideológica face aos novos desafios do séc. XXI e, já agora, perdeu a oportunidade de se desmarcar de um Estalinismo, este sim, xenófobo (tanto dentro como fora da Rússia), belicista (sobretudo dentro, com o holomodor…) e pró-nazi nos métodos com os adversários políticos (lembremo-nos de Lavrenti Beria e do massacre de Katynia).

O PCP assumiu a sua relutância (e até total divergência) para com os princípios da Democracia e o seu desprezo por quem luta pela sua liberdade face ao novo Imperialismo Russo. O PCP aproximou-se, desta forma, do Aurora Dourada – extrema direita grega – e de Marine Le Pen. Aproximou-se desta extrema direita populista e nacionalista tanto quanto nunca se conseguiu afastar dos regimes ditatoriais da Coreia do Norte, Cuba ou China.

Percebemos, assim, que o PCP estacionou num integralismo soviético dos anos 40-60 do século passado, venerando uma entidade que morreu com a queda do muro de Berlim e por mais neofascista que seja, por mais cruel que se revele e por mais brutal que se mostre – a Rússia – o Partido “com paredes de vidro” deixou à vista a sua reverência política e ideológica a Estaline, Krutchev e Brejnev, três dos maiores ditadores e inimigos da civilização europeia ocidental, humanista e fundadora da Democracia.

Este PCP não faz falta nenhuma a Portugal! Depois deste suicídio coletivo, alguém os deve informar que morreram. Eles não sabem…!

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