Na quarta-feira (08/09) foram assinados os contratos de financiamento para a construção da Ponte Internacional entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana e a Ponte Internacional sobre o Rio Sever.
As novas ligações internacionais vão contar com o apoio financeiro em 18 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas a sua construção vai ser organizada pelas Câmaras Municipais de Alcoutim e de Nisa, contando também com a intermediação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e Alentejo.
Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, afirma que “Quer a ponte de Alcoutim, quer a ponte de Nisa, sobre o rio Sever, são desejos antigos destes territórios e necessidades antigas e, portanto, em primeiro lugar, significa respeitar um compromisso quer com o Algarve, quer com o Alentejo”
O projeto apoia o desenvolvimento das regiões transfronteiriças e a melhoria da qualidade de vida das suas populações, uma vez que este assegura não só a ligação entre as redes rodoviárias portuguesa e espanhola, mas também a redução da distância na ligação entre Alcoutim e Sanlúcar do Guadiana, em 70 km, e da ligação de Montalvão, no concelho de Nisa, e Cedillo em 85 km, respetivamente.
A Ponte Internacional sobre o Rio Sever vai beneficiar as regiões do Alentejo e Estremadura já que, de acordo com o Executivo, permite a valorização dos territórios do Interior, tendo também impactos positivos na dinamização cultural, social e económica, de cooperação e emprego nos dois lados da fronteira.
Novas pontes permitem “reforçar a cooperação” e dar um “novo impulso” às regiões transfronteiriças
Ana Abrunhosa, no final da cerimónia de assinatura de contrato de financiamento para a construção da ponte sobre rio Sever, sublinhou o impacto que estes projetos vão ter nestas zonas transfronteiriças, realçando ainda a importância das duas novas pontes internacionais no desenvolvimento das relações entre Portugal e Espanha.
“Nós estamos a falar de 18 milhões de euros de investimento que terão um impacto muito maior no território, porque aproximam os dois países, porque permitem que os projetos que já temos de cooperação entre estes territórios tenham impactos económicos e sociais muito maiores”, disse.
Com a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECDT), da qual as novas pontes ibéricas fazem parte, o Governo procura colocar o Interior de Portugal no centro do mercado ibérico, criar nova centralidade económica e diminuir o abandono dos territórios transfronteiriços.
O projeto insere-se na Eurorregião EUROACE, que abrange o espaço geográfico do Alentejo, Centro de Portugal e Estremadura espanhola, onde residem mais de 3 milhões de pessoas (6% da população peninsular).
A concretização das duas novas pontes internacionais está agendada para 2025, respondendo assim a uma reivindicação dos autarcas do Alentejo e algarve que, até agora, apenas veem as populações dos lados da fronteira a cruzarem-se aos fins-de-semana, quando a empresa hidroelétrica espanhola Iberdrola retira os cadeados dos portões e reabre ao trânsito a ponte, situada na confluência dos rios Tejo e Sever.
As duas empreitadas ajudam assim a cumprir os objetivos da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço assinada na Cimeira Luso-Espanhola de outubro de 2020.
