UNICÓRNIOS. AS 3 STARTUPS PORTUGUESAS QUE VALEM MAIS DE MIL MILHÕES
O empreendedorismo português está bom e recomenda-se. O ecossistema de startups já representa mais de 1% do PIB. Conheça as três empresas que lideram a lista das mais valiosas.
Redação
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5 de Setembro 2021, 10:30
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Não são fruto da nossa imaginação, como os das histórias infantis, mas os unicórnios são realmente bastante raros. Estas empresas tecnológicas precisam de estar avaliadas em mais de mil milhões de euros para subirem ao patamar “unicórnio”. Segundo dados do Startup & Entrepreneurial Ecosystem Report Portugal 2021, existem mais de 500 unicórnios a nível global, e mais de duas centenas estão na Europa. Em Portugal existem três empresas neste patamar.

Farfetch

A mais valiosa é a Farfetch, líder mundial na venda online de moda de luxo, apreciada em 12,9 mil milhões de euros.
Fundada em 2007 pelo “amor à moda”, e lançada no ano seguinte, a plataforma de e-commerce Farfetch vende artigos de mais de 1300 marcas de luxo para mais de 190 países.
Liderada pelo empresário do Porto, José Neves, a empresa continua a surpreender os analistas. No segundo trimestre deste ano, a Farfetch contabilizou receitas de 523 milhões de dólares (aproximadamente 447 milhões de euros), uma subida de 43% face ao mesmo período no ano passado, que já tinha registado uma subida notável em relação a 2019.

Na verdade, a empresa está a atravessar um dos seus melhores períodos. Em abril, a Farfetch abriu em Londres a sua primeira loja física, onde os clientes podem recorrer à realidade aumentada para experimentar peças de vestuário. Além disso, expandiu-se recentemente ao mercado de luxo na China com um investimento de mais de mil milhões de dólares da Alibaba e da Richemont.

Apesar de sediada em Inglaterra, a Farfetch tem planos para regressar às origens portuenses e abrir um escritório em Matosinhos até 2025.

OutSystems

Muitas das grandes empresas com ADN nacional procuram equilibrar a internacionalização com os polos em território português – este é o caso do segundo unicórnio no top 3 das startups de Portugal.

A OutSystems é uma empresa de soluções de low-code, isto é, permite “inovar através do software”. Fundada por Paulo Rosado, em 2001, já vale cerca de 9,5 mil milhões e é pioneira no mercado de desenvolvimento de aplicações.

Apesar de ter polos espalhados por todo o mundo, a OutSystems mantém três escritórios em Portugal (Linda-a-Velha, Braga e Proença-a-Nova), incluindo um centro de inteligência artificial.

Esta empresa de tecnologia B2B, com um dos crescimentos mais rápidos do mundo, procura facilitar e agilizar processos. Trabalha com programadores na execuação de sistemas de faturação, gestão de recursos humanos, portais online ou personalizados para cada empresa e de forma mais rápida do que com sistemas tradicionais.

Um dos clientes mais conhecidos por cá é a Brisa, que recorreu à Outsystems para fazer o seu sistema de gestão da Via Verde, em apenas seis meses, ou a Galp que confiou à empresa o desenvolvimento da sua app. Mas também a Jerónimo Martings, os CTT e Banco CTT, o Banco Santander Portugal, a EDP, a Fidelidade, a Luz Saúde, a Delta, a Cofidis, a TAP, entre muitos outros.

Talkdesk

A terceira na lista das mais valiosas é a Talkdesk, que oferece soluções de cloud para apoio ao cliente, avaliada em 9,1 mil milhões.

Nesta empresa também não faltam nomes famosos na sua lista de mais de 1800 clientes, entre eles a IBM e a Trivago.

Tudo começou quando o CEO, Tiago Paiva, criou um protótipo fácil de implementar, integrar e operar. Conseguiu financiamento, mudou-se para os EUA, e transformou-se num líder do mercado global.

Com recurso a inteligência artificial para identificar as situações que motivam os contactos dos clientes, alargar a capacidade de resolução de problemas através do chat self-service, e aumentar a velocidade de operações, a Talkdesk consegue poupar dinherio anteriormente gasto em serviços de apoio ao cliente e aumentar os níveis de satisfação dos consumidores.

Dez anos depois de ter começado a Talkdesk, Tiago Paiva promete uma “segunda década de crescimento transformacional” com o compromisso de “reunir diversos talentos, tecnologia inovadora e alcançar uma expansão global para atender a um mercado que não mostra sinais de desaceleração”.

As três jóias da coroa podem vir a abrir caminho para que mais stratups portuguesas alcancem o tão desejado patamar “unicórnio”. Na verdade, Portugal ficou em 12º no ranking dos 100 melhores ecossistemas emergentes da Startup Genome, e é o 12º país mais inovador da UE segundo o European innovation scoreboard.

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