FUNDOS EUROPEUS ASSEGURAM CONVERGÊNCIA DA REGIÃO CENTRO
Na quinta conferência do EuroRegiãoTalks, Sofia Terlica, explicou o impacte dos Fundos Europeus na região Centro e no concelho Aveiro.
Maria João Silva
Texto
8 de Junho 2022, 14:00
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Na quinta conferência do EuroRegião Talks, que decorre hoje em Aveiro, Sofia Terlica, economista e uma das investigadores do estudo “Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) – Avaliação de Impacto nas diferentes regiões em Portugal”, revelou que cada município português recebe, em média, 10,2 milhões de euros provenientes dos Fundos de Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI).

Durante a sua intervenção, a autora afirmou que a distribuição de Fundos Europeus é “muito assimétrica” uma vez que está centrada, sobretudo, no interior do país, algo que se reflete nas taxas de comparticipação que, nos territórios de baixa densidade, são mais elevadas.

No caso específico do Centro do país, segundo Sofia Terlica, os Fundos Europeus estão mais concentrados nos concelhos menos desenvolvidos. Aveiro, onde se realiza a quinta conferência do EuroRegião Talks, encontra-se na posição 119 no ranking de apoio dos fundos europeus em percentual do VAB, num total de 308 municípios. No Centro, o concelho ocupa o 35º lugar em 100 municípios, sendo que, na região, Pedrógão Grande, Mesão Vouzela e Belmonte foram os municípios que mais apoio receberam.

A nível nacional, segundo a mesma fonte, cada euro pago pelos Fundos Europeus representam um crescimento do Valor Acrescentado bruto em 90 cêntimos no mesmo ano, e após um ano, 1,6 euros após 2 anos e 2,4 euros no terceiro ano, o que mostra, de acordo com o autor, o impacto a longo prazo dos Fundos Europeus.

Estes apoios refletem-se no aumento do Valor Acrescentado Bruto, reforçado pelo aumento da criação de empresas, exportações, salários médios e de emprego. Em média, os municípios crescem 3,4% anualmente mas, em algumas autarquias verifica-se um crescimento de 25% devido aos Fundos Europeus. Nas NUTS II, 51% do crescimento dos Açores foi a que mais beneficiou com os Fundos Europeus, seguindo-se a Madeira (32%), Alentejo (28%), Centro (26%), Norte (23%), Lisboa e Algarve 3 e 4%. Assim, os municípios menos desenvolvidos são os que mais recebem apoio financeiro europeu, permitindo assim que eles se aproximem dos concelhos mais desenvolvidos.

De acordo com Sofia Terlica, se Portugal não tivesse recebido o apoio dos Fundos Europeus, seria impossível garantir a convergência entre as regiões nacionais e o desenvolvimento das regiões com PIB mais baixo, provocando assim o agravamento das assimetrias entre regiões e impossibilitando a aproximação dos dados nacionais à média europeia.

Pode acompanhar a quinta conferência do EuroRegião Talks, que está a decorrer em Aveiro, no canal Youtube do EuroRegião.

 Foto: Captura de tela

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