António Costa concedeu, na passada segunda-feira, uma entrevista à TVI, onde falou a última vez, como primeiro-ministro, sobre a atualidade nacional. O Chefe de Governo começou por se distanciar da ideia de ser ‘beneficiado’ pela lei.
“Temos uma Justiça independente, um Ministério Público autónomo e em que ninguém está acima da lei. Nem eu próprio. Se há suspeitas, são investigadas e apuradas. Não é pelas circunstâncias terem mudado que eu mudei as minhas convicções, porque essas são muito firmes. E não é por este ou aquele agente da Justiça poder agir incorretamente que deixo de crer no sistema de Justiça, e acredito que funciona”, começou por dizer.
O antigo primeiro-ministro falou ainda da forma com que Marcelo Rebelo de Sousa ‘influenciou’ na instabilidade política por conta de ter dissolvido o Parlamento após a sua demissão. “Acho que o Presidente da República fez uma avaliação errada e só espero que das próximas eleições resulte uma situação mais estável. Marcelo tinha todas as condições para uma solução alternativa a última coisa que as pessoas desejavam é irmos para eleições”
Ainda no mesmo momento, António Costa relevou que o pior dia que viveu como primeiro-ministro foi a 17 de junho de 2017, data do incêndio de Pedrógão Grande. “ “Por mais anos que passem, aquele dia 17 de junho de 2017 foi o momento mais terrível que vivi de impotência, de drama. O pior dia da minha vida enquanto primeiro-ministro. Pior do que a Covid-19”.
Recorde-se que o governo foi dissolvido por Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, no passado dia 9 de novembro, por conta da demissão de António Costa. Foram assim marcadas eleições antecipadas para 10 de março de 2023.