TONDELA QUER LOIÇA PRETA COMO PATRIMÓNIO IMATERIAL
A Câmara Municipal Tondela revelou que iniciou o processo de candidatura à inscrição da louça preta de Molelos no inventário nacional da cultura imaterial.
Maria João Silva
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3 de Junho 2022, 17:30
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João Figueiredo, vice-presidente da Câmara Municipal de Tondela, revelou à Lusa, que já foi iniciado o processo de candidatura à inscrição da louça preta de Molelos no inventário nacional da cultura imaterial, iniciativa que deve terminar no final do ano. “O barro preto, enquanto produto, está certificado. O que queremos preservar é a sua identidade e, daí, arrancarmos com este processo, porque queremos a sua inserção no inventário nacional do património imaterial”, assumiu.

Além disso, o governante explicou que a iniciativa “começou agora e que o objetivo é ter a candidatura feita até final deste ano, para a entregar em janeiro” de 2023, tendo em conta que “demora sensivelmente seis meses” a preparar, acrescentando que o objetivo é “precisamente preservar essa identidade da arte ancestral e todo o seu saber-fazer associado”, como é o caso da Soenga, que é a cozedura tradicional, como se fazia originalmente, debaixo da terra”.

De acordo com a mesma fonte, “a sua inclusão no inventário nacional do património imaterial tem a ver com esta vontade de preservar e de inscrever, enquanto bem imaterial, para as gerações vindouras e, por isso, é que já estamos no terreno, quer a fazer registo, com filmagens, de recolhas de testemunhos, de documentos e estudos”, sublinhou.

“A candidatura contempla a questão da olaria e dos artefactos, quer da forma de fazer, da identidade dos produtos, da especificidade da louça preta de Molelos, ao mesmo tempo que será elaborado um programa de salvaguarda a 10 anos”, avançou, referindo que existe interesse que “Molelos passe a liderar um projeto internacional, nomeadamente com Itália e Espanha, já que fazemos parte da Associação de Cidades e Vilas Cerâmicas e sermos nós a liderar o processo no sentido da sua preservação, mas também do intercâmbio com comunidades internacionais com vista ao seu engrandecimento e à sua divulgação”, assumiu.

No entanto, o político mencionou que a prioridade é a valorização nacional e a criação de um plano que possibilite preservar a arte de Molelos.

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