A LIPOR, Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, foi fundada em 1982 como Associação de Municípios, sendo responsável pela valorização e tratamento de resíduos urbanos. A reciclagem é uma das prioridades da empresa.
O projeto ‘Reciclar é Dar+’ expandiu-se por oito municípios da Área Metropolitana do Porto. Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde contam, agora, com um plano de recolha de resíduos mais amplo.
A campanha promocional da iniciativa, que passou pela sensibilização dos cidadãos e estabelecimentos comerciais dos municípios, fez com que o ‘Reciclar é Dar+’ superasse todas as expectativas. Se numa fase inicial o projeto recolheu 3.800 toneladas de materiais reciclados, no primeiro semestre deste ano, a Lipor recolheu, através da modalidade porta-a-porta, 79kg de resíduos de papel, plástico e vidro por habitante, superando assim a recolha do mesmo tipo de resíduos feita em ecoponto (43kg por habitante ao ano), o que representa um aumento significativo relativamente ao período homólogo de 2020 e o cumprimento dos objetivos da União Europeia
Filipe Carneiro, Chefe da Divisão de Apoio à Implementação de Projetos Operacionais da LIPOR, destaca ao EuroRegião que “há uma maior adesão à reciclagem e a reciclagem é de qualidade e com melhor separação”, mas “é necessário que as pessoas reconheçam o resíduo como um recurso”.
De acordo com a entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento de resíduos urbanos nos municípios, o aumento substancial dos resíduos é justificado não só pelo desconfinamento e consequente crescimento económico, mas também pelo desenvolvimento projetos de recolha porta-a-porta e do retorno da atividade da restauração.
O projeto abrange mais de 80 mil casas e 1000 negócios. Em Valongo, há mais de 13 mil edifícios que usufruem da recolha de resíduos alimentares porta-a-porta. De acordo com o município, 17% da população do concelho está servida por este sistema de que procura desenvolver a separação de resíduos, nomeadamente nas freguesias de Alfena, Ermesinde e Valongo. Para além da promoção da recolha seletiva porta-a-porta, Filipe Carneiro afirma que a LIPOR tem também focado o seu trabalho na criação de soluções para a reciclagem direcionada a entidades públicas e privadas ligadas ao comércio e serviços, através de projetos como o Serviço de Intervenção Customizado (SIAC).
Para o futuro, a Lipor ambiciona ampliar a recolha seletiva porta-a-porta de resíduos em 10.000 casas, a recolha de resíduos alimentares em 130.000 e a recolha de resíduos verdes (Espinho) em 69.000 habitações nos próximos 18 meses, o que exige um “reforço da sensibilização e uma adaptação da recolha”, aconselha o Chefe de Divisão.
Com cerca de 60 mil toneladas de resíduos orgânicos, a Lipor consegue criar novos produtos agrícolas, produzindo cerca de 13 mil toneladas de um composto orgânico.
Filipa Teixeira, técnica comercial da Lipor, afirmou à agência Lusa que a reciclagem dos resíduos orgânicos é uma tendência, até porque vai ser uma imposição legal”, destacando que a Lipor já está “a preparar uma ou outra unidade nesse sentido”.
A empresa prevê o lançamento com quatro novos produtos, três novos substratos e um vermicomposto, reforçando assim “o valor dos resíduos orgânicos e o trabalho da Lipor”, conclui Filipe Carneiro
‘Reclicar é Dar+’ conta com um apoio de 3.874.646 milhões de euros. Dessa verba, 3 239 707, são provenientes do Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
