A presidente da Câmara de Portalegre, Fermelinda Carvalho, confessou ter sido “totalmente contra” a regionalização, mas, nos últimos anos, foi “amadurecendo a ideia” e está, agora, “disponível para discutir o assunto e aceitar uma possível regionalização” se houver “consenso entre as principais forças políticas”.

Na opinião da autarca social-democrata, este não é um tema para a campanha porque “já ninguém valoriza o que é discutido nas campanhas eleitorais, porque muitas das matérias acabam por não ter sequência”, considerando, por isso, que “mais importante do que discutir na campanha é estabelecer um calendário para discutir a sério durante a próxima legislatura”.

“Tem de haver vontade na legislatura e não uma imposição. Mesmo que haja uma maioria [parlamentar], seja ela qual for, é preciso que [a regionalização] não seja algo imposto”, nem “demasiado partidarizado”, mas que seja “verdadeiramente discutido, abraçado e defendido pelas diferentes forças políticas”, continua a mesma.

Para Fermelinda Carvalho é importante escolher bem “as pessoas que forem colocadas no processo” de regionalização, para que evitar situações em que “quem não for dessa força política pode ser prejudicado”, assim como “o seu concelho e a sua região”.

Depois do primeiro referendo, “o assunto [da regionalização] ficou esquecido, mas nota-se que começa a haver um burburinho, que algo está a mexer. Há uma vontade que é notória, no seio do PS, e parece haver essa vontade, para discutir o assunto, no seio do PSD. Mas não pode ser feito à pressa,” conclui.