O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, confessou ser um apoiante da regionalização e está confiante que o “sim” pode ganhar, em referendo, se as vantagens deste processo forem devidamente explicadas à população.
“Se, de facto, se conseguir explicar as virtudes deste modelo de organização, se se conseguir também eliminar o fantasma do aumento da dívida e do aumento da despesa pública inerente à criação destas novas unidades de organização do território,” a regionalização pode vencer o referendo, declarou o autarca da região centro, em entrevista à Lusa.
Segundo o socialista, este processo podia ter começado antes, mas “a necessidade de ultrapassar outras dificuldades mais prioritárias fez com que o processo de regionalização surja num momento em que se deram passos muito concretos numa outra área decisiva” – a descentralização.
“Depois de ultrapassada esta fase, que agora está a ser concretizada e que demorou três anos, estamos agora em condições de ter a maturidade suficiente para pensarmos numa nova unidade de organização administrativa no país,” continuou.
De acordo com a opinião do autarca, “o processo de aproximação do poder de decisão aos territórios é sempre algo de positivo, seja através das autarquias, seja através das comunidades intermunicipais (CIM) ou através das regiões”, porque permite “tomar decisões com melhor eficácia e rapidez, combatendo aquilo que é um profundo centralismo que Portugal tem”.
Quanto ao referendo, Gonçalo Lopes defende a importância do processo para conhecer a “vontade popular relativamente a este modelo de organização”, mas que “a vontade dos portugueses participarem na decisão será tanto maior quanto mais afinada estiver a região onde os respetivos concelhos se irão encaixar”.
“O mapa que mais segurança, mais pacífico que se apresenta, será o das atuais regiões-plano, das comissões de coordenação regional,” acrescenta, esclarecendo que “nunca será uma futura região administrativa que irá substituir nem o papel das autarquias, nem o papel das comunidades intermunicipais, porque estas, de facto, têm uma grande capacidade de desenvolvimento de futuro, se conseguirem unir e federar os interesses e vontades das autarquias que fazem parte dessas comunidades”.
Foto: Página pública do autarca no Facebook