BARCELOS, PORTO E FAMALICÃO UNEM-SE E INOVAM NA EUROPA
Uma equipa de investigadores portugueses desenvolveu um capacete para corrigir deformidades cranianas em bebés. O projeto recebeu o reconhecimento da UE com mais de 120 mil euros.
Redação
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16 de Setembro 2021, 16:00
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É comum que durante o tratamento da plagiocefalia posicional, vulgarmente conhecida como síndrome da cabeça achatada, ajustes imprecisos à cabeça de um bebé levem a complicações como a perda de cabelo ou lesões nos tecidos moles.

A plagiocefalia posicional consiste em distorções assimétricas do crânio das crianças e desenvolve-se quando os bebés têm falta de espaço ainda no útero da mãe ou quando dormem sempre na mesma posição. Este fenómeno provoca o achatamento da cabeça ou o aparecimento de deformidades.

Foi para evitar este tipo de problemas que foi criado o SmartOrthosis: um capacete autoajustável que avalia automaticamente as medições da cabeça e ajusta-se à sua forma e deformidades, conferindo apoio quando necessário, mas sem causar desconforto ou outros problemas.

Segundo João Vilaça, um dos nove investigadores envolvidos no projeto, cerca de “20% das crianças nascem com algum tipo de assimetria do crânio”, mas as deformações são também muito comuns nos primeiros meses de vida.

O interior do capacete é revestido com um têxtil inteligente que contém sensores para monitorizar a pressão na cabeça do bebé, e possui um módulo de comunicação sem fios que envia automaticamente alertas sempre que são detetadas regiões de alta pressão.

Apesar de ainda só ter sido testado em modelos de cabeças impressos em 3D, os estudos revelam níveis de correção e de apoio superiores aos de outras ortóteses.

A equipa de investigadores de três institutos nacionais (o Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada do Instituto Politécnico do Cávado e Ave, em Barcelos, o Instituto Superior de Engenharia do Porto e o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, em Vila Nova de Famalicão) vai receber um total de 121 mil euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do Programa Operacional “NORTE” (2014-2020) e no âmbito da prioridade “Investigação, desenvolvimento e inovação”.

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