INVESTIGAÇÃO LIDERADA POR PORTUGUÊS ATRASA EVOLUÇÃO DO ALZHEIMER
A equipa internacional de cientistas descobriu que uma proteína existente no cérebro humano pode atrasar o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Redação
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3 de Novembro 2021, 14:00
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A descoberta foi publicada na revista científica Nature Communications, e revela que a proteína “S100B”, presente no cérebro humano,  atua sobre a proteína tóxica “tau”.  “Investigámos a formação de agregados da proteína ‘tau’ ao longo do tempo e observámos que a mesma é atrasada na presença da proteína ‘S100B’”, afirma o primeiro autor do estudo, Guilherme Moreira, estudante de doutoramento em Bioquímica na FCUL, sob orientação de Cláudio Gomes, coordenador do projeto. 

Segundo os autores do projeto, esta descoberta poderá ter um grande impacto no desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma vez que que “o aparecimento de sintomas cognitivos e demência estão associados aos danos causados pelos agregados da proteína ‘tau’ e à disseminação da patologia para múltiplas regiões do cérebro”, pode ler-se no comunicado  divulgado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). 

“Este estudo desvenda um novo mecanismo biológico de proteção, relevante nas fases iniciais da doença, que se torna ineficiente ao longo do tempo com o crescente acumular de agregados tóxicos no cérebro”, refere Cláudio Gomes. 

Em declarações à  Lusa, o coordenador do projeto afirma que a proteína S100B poderá ter funções protetoras contra a agregação de proteínas na fase que antecede o aparecimento de sintomas da doença, mas na qual “ocorrem já alterações nas células” cerebrais (neurónios) e “acumulação de depósitos” de proteínas “como parte da resposta inflamatória precoce”. 

Os autores do trabalho esperam que a compreensão do funcionamento, e do efeito protetor, de proteínas como a ‘S100B’ possa servir de base ao desenvolvimento de medicamentos com “potencial terapêutico” para combater a doença. 

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência que causa danos progressivos e irreversíveis em diversas funções cognitivas, como memória, atenção, concentração, linguagem e pensamento. 

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