A proposta de Orçamento do Estado para 2022 foi chumbada com 117 votos contra, 108 a favor e cinco abstenções. 

A notícia não surpreendeu, uma vez que tanto os partidos da esquerda (BE e PCP), como os da direita (PSD, CDS-PP, IL e CHEGA) já tinham anunciado a intenção de votar contra a proposta de Orçamento do Estado. O Governo pode apenas contar com a abstenção do PAN e das deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. 

Rui Rio, líder do PSD, justificou o voto contra a proposta de OE2022, por considerar a “política orçamental errada e errática, que não dá esperança aos portugueses num futuro melhor”. Segundo o mesmo, para “poder sonhar com uma negociação com o PSD, o Governo teria de mudar o rumo da política económica em 180 graus”.  

Já Catarina Martins, líder parlamentar do BE, culpa a morte da geringonça com “obsessão pela maioria absoluta” do PS, e a “recusa das finanças de dar ao SNS carreiras profissionais, condições de contratação e investimento planeados pela intransigência que mantém a troika nas leis laborais”. 

João Oliveira, do PCP, afirmou que o partido votará contra a proposta de OE porque “não tendo havido da parte do Governo resposta que desse as garantias” pedidas pelos comunistas, “não pode ser pedido ao PCP que abandone a sua luta e os trabalhadores e o povo à sua sorte”. 

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que “dificilmente o Governo poderia continuar a governar” depois do chumbo da proposta do Orçamento do Estado e estar, por isso, preparado para a dissolução do Parlamento. 

O Presidente da República deverá agora começar a chamar a Belém todas as entidades que tem de ouvir antes de assinar o decreto presidencial de dissolução do Parlamento.