MINISTRO DO AMBIENTE NÃO ESTÁ OTIMISTA EM RELAÇÃO À CIMEIRA DO CLIMA
João Pedro Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, admite não estar otimista em relação à cimeira do ambiente que, este ano, é “mais importante que todas as outras”.
Redação
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25 de Outubro 2021, 19:00
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O ministro do Ambiente e Ação Climática confessou estar pouco otimista em relação à próxima cimeira do ambienta da ONU, realçando que alguns países não responderam aos objetivos e desafios do combate às alterações climáticas. 

“Não estou ainda muito otimista, mas não quer dizer que as coisas não venham a correr melhor até lá”, afirmou João Pedro Matos Fernandes em entrevista à agência Lusa a propósito da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que vai decorrer entre 31 de outubro e 12 de novembro na cidade escocesa de Glasgow. 

Na visão do governante, esta é “uma COP mais importante que todas as outras”, desde o Acordo de Paris que, em 2015, deu os primeiros passos no combate ao aquecimento global até ao fim do século. Na cimeira deste ano, espera-se que os países apresentem compromissos mais ambiciosos de redução de emissões de gases com efeito de estufa e abandono da produção de energia a partir de combustíveis fósseis. 

Matos Fernandes admitiu “não ter resposta” para a meta relativa ao aumento da temperatura global até 2100 que sairá de Glasgow: “2,5 graus até ao final do século XXI, com estes novos compromissos, era de facto um grande salto em frente. Seremos capazes desse número? Não tenho a certeza”, confessa. 

Assim, Portugal apresenta-se em Glasgow como “o país que foi o primeiro no mundo que disse que ia ser neutro em carbono [em 2050] e o país que presidia à União Europeia quando se comprometeu com ser o primeiro continente neutro em carbono em 2050 e, depois disso, ter emissões negativas”, afirmou Matos Fernandes. 

Segundo o ministro do Ambiente e Ação Climática, Portugal marca presença na COP26 com o compromisso de contribuir com 35 milhões de euros para o financiamento dos países em desenvolvimento e apoiar o crescimento da energia verde nessas regiões.  

“De uma vez por todas, temos que ter regras que sejam as mesmas para Portugal, para os Estados Unidos da América ou para a República Centro-Africana de como é que se contabilizam as emissões”, realçou, acrescentando ainda que “nunca podemos é criar um discurso de ‘já não vale a pena’, esse temos que retirar de cima da mesa e, às vezes, o alarme pode fazer com que alguns encontrem esse álibi. Nenhum [país] se deve desculpar com os outros não fazerem”, concluiu. 

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