
Pedro Calado, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, tomou posse esta quarta-feira (20/10) como presidente da Câmara do Funchal. A cerimónia marcou o regresso da direita à presidência da autarquia, oito anos depois.
Cooperação com o Governo Regional, críticas ao Governo da República
No discurso de tomada de posse, Pedro Calado garantiu “uma postura de trabalho conjunto com o Governo Regional, em benefício de todos os funchalenses” e avisou o Governo que não pode “despejar competências nos municípios, sem quaisquer contrapartidas financeiras”.
“O Governo Regional sempre foi, é, e será, um parceiro estratégico no desenvolvimento económico e social da nossa cidade. Da mesma forma, estamos disponíveis para trabalhar com o Governo da República, mas sentimos, cada vez mais, a necessidade que estes olhem para os municípios da Região, de forma bem diferente”, afirmou o autarca.
Pedro Calado garantiu que não vai “aceitar” que a Câmara do Funchal seja tratada como um “mero departamento governamental da República, ou como um qualquer distrito, e muito menos”, que seja coordenada “por ministros com tutelas autárquicas, sem conhecimento profundo da realidade insular”.
Economia
O presidente da Câmara do Funchal reforçou que as verbas do Orçamento do Estado para a região têm “obrigatoriamente de ser revistas em função das especificidades autonómicas regionais, bem como, pela particularidade da atuação autárquica insular”.
Num comunicado publicado pelo Município, promete trabalhar para “garantir que o Funchal seja uma cidade à frente do seu tempo, (…) competitiva, empreendedora, com um comércio pujante, que aposte na ciência, nas tecnologias e na inovação como estratégia para se diferenciar, criando emprego qualificado e diferenciado que permita reter talento”, principalmente o da juventude “concedendo-lhe condições, espaços e apoios que lhes garantirá um futuro próspero”.
O setor do turismo mereceu especial destaque. O autarca afirma que a “cidade com condições atlânticas singulares” vai aproveitar melhor a atratividade turística. “Um turismo que acrescente valor ao Funchal e que não o descaracterize”.
Questões Sociais
O compromisso de Pedro Calado é “não esquecer os seniores, com a promoção de políticas concretas de envelhecimento saudável, com expressão na qualidade de vida e no combate à solidão”. Assim, “a economia da longevidade” poderá “contribuir para a criação de riqueza e empregos”. O autarca também destacou a necessidade de “trabalhar em rede para reabilitar os cidadãos sem abrigo, e combater toda e qualquer forma de racismo, de xenofobia, de homofobia e de violência”, e de desenvolver “apoios sociais para a população mais carenciada, nomeadamente para os reformados e os trabalhadores com baixos rendimentos”.
Cultura
Na cultura, deixa a promessa de trabalhar para “uma cidade que estimule a criação cultural e artística, que apoie e valorize os agentes culturais, que desenvolva sinergias e ajude a alavancar outras dimensões da vida dos munícipes, como o lazer, o ócio e a recreação”.
Habitação
As políticas de habitação devem estar “no topo das prioridades”, considera. Só assim se poderá garantir um “lar digno, com rendas a custos controlados e com estímulos à reabilitação urbana, como forma de recuperar o património edificado e de atrair novos investimentos e habitantes”.
Ambiente
O presidente da Câmara quer desenvolver “soluções mais eficientes e ambientalmente sustentáveis para melhorar a mobilidade, com incentivos à aquisição de veículos menos poluentes e ao uso da rede de transportes públicos”, mas, avisa, “terá de incrementar a oferta de estacionamentos rotativos e apresentar soluções alternativas aos pontos mais caóticos de circulação rodoviária”.
Segundo o mesmo, o Funchal não vai esquecer “a defesa e a proteção dos animais, que seja amiga do ambiente e que tenha novamente os seus jardins públicos premiados internacionalmente”.






