PAÍSES NÃO ESTÃO A CUMPRIR O ACORDO DE PARIS NA PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Os níveis de produção de carvão, petróleo e gás não estão a cumprir com os objetivos delineados no Acordo de Paris, que previam a “redução imediata" das emissões de carbono.
Redação
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20 de Outubro 2021, 15:16
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Apesar das medidas de combate aos gases de efeito de estufa, a atual produção de carvão, petróleo e gás continua a ser uma ameaça aos objetivos definidos no Acordo de Paris. Em 2015, o acordo definiu como prioridade a limitação do aquecimento global abaixo dos dois graus celsius, objetivo alcançado através do abandono gradual dos combustíveis fósseis.  

No entanto, de acordo com o relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUE), para o objetivo estabelecido pelo países envolvidos no Acordo de Paris ser cumprido, “a produção mundial de energias fósseis deve começar a reduzir de imediato e com força”, sublinha o relatório do PNUE que contou com a participação de outros organismos de investigação ambiental. 

Segundo Ploy Achakulwisut, investigadora do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI) e principal responsável pelo relatório do PNUE, este processo não está a contecer, referindo que os países “ainda preveem um aumento da produção de petróleo e de gás e apenas uma redução modesta na produção de carvão, até 2040″.  

De facto, as previsões para 2030 são duas vezes superiores aos valores de limitação do aquecimento global de mais de 1.5 graus centígrados. “Os planos de produção dos vários governos vão conduzir a um aumento de 240% da produção de carvão, 57% do petróleo e 71% do gás em 2030. São valores incompatíveis com as limitações sobre o aquecimento global abaixo de 1,5º centígrados”, disse a investigadora. 

Segundo os especialistas em clima da ONU, para que esse objetivo seja alcançado, é necessário reduzir a utilização de combustíveis fósseis e as emissões de carbono até 2050. 

De acordo com o relatório, durante o período pandémico, os países do G20 alocaram cerca de 300 mil milhões de dólares para financiamentos de combustíveis fósseis, um valor superior ao que foi destinado às energias renováveis. 

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