O caso das gémeas brasileiras, que conta com o alegado envolvimento do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e a família, continua a ter grande destaque nos assuntos da atualidade. Agora, em declarações ao jornal brasileiro Globo, o advogado da família das gémeas brasileiras, que receberam em Portugal o medicamento mais caro do mundo, acusa os médicos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, de xenofobia.

“Ao que parece trata-se, única e exclusivamente, de uma questão de xenofobia dos médicos do Hospital de Santa Maria. As crianças são portuguesas, tiveram cidadania portuguesa uma semana antes da trágica notícia de que ambas tinham atrofia muscular espinal”, começou por referir Wilson Bicalho.

“Os médicos não queriam tratá-las por não serem residentes em Portugal, mas a legislação é clara quanto aos direitos de quem tem nacionalidade portuguesa”, relembrou ainda o advogado.

“Infelizmente, colocaram a família, principalmente as crianças, numa condição de vulnerabilidade que impede o regresso a Portugal neste momento. A família tem recebido mensagens de ódio e está muito preocupada”, concluiu.

O advogado acredita que a suspeita de favorecimento, que levou à abertura de uma investigação do Ministério Público, foi levantada pelos profissionais de saúde. Favorecimento que foi inicialmente negado pela mãe das gémeas, mas acabando por admitir que conhecia a nora do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre negou ter tido qualquer intervenção no caso.