A investigação aos negócios do lítio e hidrogénio tem nove arguidos, cinco dos quais estão detidos, de acordo com o despacho de indiciação do Ministério Público (MP), que inclui vários ex-governantes. Entre os detidos estão Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema e Rui Neves, ligados à sociedade Start Campus, central nos inquéritos.
Além dos detidos, são também arguidos João Galamba, Nuno Lacasta, João Tiago Silveira e a empresa START – Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus SA. As acusações incluem tráfico de influência, prevaricação e corrupção, com vários casos de coautoria.
Os interrogatórios dos detidos estão previstos para o dia 9 de novembro pela tarde no Tribunal Central de Instrução Criminal, com os arguidos a serem ouvidos individualmente. O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, será o primeiro a prestar declarações, seguindo-se Rui Oliveira Neves, Afonso Salema, Vítor Escária, e, por último, Diogo Lacerda Machado.
O Primeiro-Ministro, António Costa, que renunciou ao cargo na terça-feira, está a ser alvo de uma investigação independente do Ministério Público, num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça. A investigação teve origem em suspeitas de intervenção por parte de indivíduos que alegaram que Costa interveio para desbloquear procedimentos nos negócios sob investigação.
A operação do MP, apoiada pela Autoridade Tributária e pela PSP, resultou em pelo menos 42 buscas em várias localizações, abrangendo as concessões de exploração de lítio, um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio e a construção de um ‘data center’ em Sines.