O Ministério Público considera que a intervenção de António Costa na Start Campus poderá ter favorecido a empresa após o ministro ter aprovado um diploma favorável aos interesses da mesma. Recorde-se que a Start Campus é arguida na investigação que originou a demissão de António Costa.

Em causa está um diploma que teve ‘luz verde’ por parte do Conselho de Ministros, no verão deste ano, que tem como base a “regulação dos leilões e atribuição de capacidade de ligação à rede de instalações de consumo de energia elétrica em zonas de grande procura”, segundo o MP.

De acordo com o mesmo despacho, o diploma originou “um expresso favorecimento” a projetos de Potencial Interesse Económico bem “como o estabelecimento de um procedimento excecional”, na zona de Sines.

A investigação aos negócios de lítio e hidrogénio, conta neste momento, com nove arguidos, e cinco destes estão detidos. António Costa demitiu-se, na passada terça-feira, 7 de novembro, por conta de estar envolvido nesta situação. Vitor Escária, Diogo Lacerda Machado, Nuno Mascarenhas (Câmara de Sines), Afonso Salema e Rui Neves (Start Campus) são os arguidos que se encontram atualmente detidos.

Arguidos nesta investigação estão também João Galamba, ministro das Infraestruturas, Nuno Lacasta (APA),e João Tiago Silveira, ex-porta voz do PS, e a empresa START. António Costa é alvo de um inquérito autónomo por parte do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.