ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS AFETAM PRODUÇÃO DE CEREJA
Pomares registam quebras de 50%
Redação EuroRegião com LUSA
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22 de Junho 2023, 10:29
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Os pomares de cerejeiras registam este ano quebras de 50% na produtividade devido às condições meteorológicas adversas, devendo as áreas de arroz e batata aumentar 5% e 4%, respetivamente, e o pêssego manter os valores normais de produção.

Segundo as “Previsões Agrícolas” em 31 de maio do Instituto Nacional de Estatística (INE), as sementeiras de milho para grão de regadio “têm decorrido com normalidade e estão praticamente concluídas, devendo a área ser semelhante à instalada em 2022”, e a área contratada de tomate para a indústria aumentou 7% face a 2022.

De acordo com o INE, os pomares de cerejeiras “registam quebras de produtividade muito significativas, na ordem dos 50%”, devido às “condições meteorológicas adversas”, designadamente “a falta de horas de frio atempadas, as amplitudes térmicas muito acentuadas na fase da floração/polinização, que prejudicaram o vingamento dos frutos e, posteriormente, a continuação de temperaturas muito elevadas, que aceleraram a maturação dos frutos, especialmente das variedades precoces, em alguns casos sem que fosse atingido o calibre normal”.

Por sua vez, a chuva dos últimos dias de maio, em algumas zonas com forte intensidade, “afetou a produção das variedades em fase de pré-maturação e maturação, […] observando-se o fendilhamento/rachamento de uma elevada percentagem de frutos, com consequências na capacidade de conservação”.

Face a este cenário, nota o INE, alguns produtores optaram por nem colher a produção destes pomares.

Pelo contrário, as condições meteorológicas adversas, principalmente as elevadas temperaturas, não afetaram os pomares de pessegueiros, que apresentam “um desenvolvimento vegetativo normal para a época”, apontando as previsões para “uma produtividade próxima dos valores normais”.

Já concluídas, as plantações de tomate para a indústria decorreram “em boas condições e sem atrasos”, tendo a área contratada entre a indústria transformadora e as organizações de produtores e/ou produtores individuais sido de 17,7 mil hectares, o que corresponde a um aumento de 7% em relação à área contratada em 2022 e de 16% face à área declarada no Pedido Único de 2022.

Também concluída “com normalidade” está a plantação de batata de regadio, apontando as previsões para um aumento de 5%, enquanto a área da batata de sequeiro deverá decrescer 5% face a 2022 e 31% face à média do último quinquénio, resultando num aumento global de 4% face 2022.

No que respeita à área de arroz, as previsões do INE são de que a respetiva superfície aumente 5%, essencialmente devido à conclusão das obras nos canais do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado.

Quanto ao milho para grão de regadio, o INE diz que as sementeiras “têm decorrido com normalidade e estão praticamente concluídas”, não se prevendo alterações de área face a 2022.

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