
A tomada de posse dos novos órgãos autárquicos da União de Freguesias de Silveiros e Rio Covo, em Barcelos, está marcada para amanhã (14.10), mas tudo o que parece interessar é o local do acontecimento.
Mais uma vez, a política nacional aparenta ocupar-se com discussões inúteis e “episódios anedóticos”, como lhe chamou uma residente em declarações à agência Lusa. Em Barcelos, a tomada de posse da Assembleia de Freguesia e do novo presidente da Junta da União de Freguesias de Silveiros e Rio Covo, Sérgio Azevedo, tal como o mandato que se avizinha, parecem ter-se tornado irrelevantes. O destaque foi dado ao local da cerimónia, que foi manchete na imprensa local, e valeu várias referências nos órgãos de comunicação nacional.
Elisabete Rosmaninho Pereira, presidente da Assembleia de Freguesia prestes a abandonar o cargo, aproveitou a sua última oportunidade de decisão para escolher como local da tomada de posse a última obra concluída pela junta cessante – o problema é tratar-se de uma casa mortuária.
Sérgio Azevedo, eleito pelo PS, não gostou da decisão e queixou-se através da imprensa: “é uma enorme falta de respeito por quem vai tomar posse e, principalmente, pelos cidadãos que vão assistir. A uma casa mortuária vai-se, geralmente, por outros motivos”, disse à Lusa.
Mas a presidente da Assembleia de Freguesia não compreende a polémica em torno do local. “Ninguém se queixou a mim até agora. Se serve para as crianças terem catequese, no futuro, porque é que os adultos não podem ter ali uma cerimónia?”, disse em declarações à CMTV, mas sem justificar a escolha inusitada.
Entre todos os edifícios públicos que tinha à disposição, Elisabete Rosmaninho Pereira escolheu estrear a casa mortuária de Silveiros. Segundo Sérgio Azevedo, o edifício é tão recente que só ficou pronto “na semana das eleições”. Por esse motivo, a casa mortuária ainda não acolheu nenhum velório, e a autarca cessante de Barcelos achou que o primeiro evento no espaço deveria ser a tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, em vez de uma cerimónia que cumprisse a função para a qual a casa foi construída.
“Não consigo entender por que razão se marcou a tomada de posse para a casa mortuária, que, segundo sei, ainda nem sequer mobiliário tem. Há na união de freguesias dois edifícios de junta, duas escolas e ainda a sede da Associação de Pais. Não havia mesmo necessidade desta escolha mórbida, que revela também uma enorme falta de bom senso”, lamenta o novo presidente da Junta.






