UNIVERSIDADE DE COIMBRA COMBATE ANSIEDADE E DEPRESSÃO INFANTIL
O projeto da UC trabalha com crianças e pais para que aprendam a lidar com emoções negativas.
Redação
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11 de Outubro 2021, 16:27
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O “Detetives das Emoções” é um projeto piloto desenvolvido pela Universidade de Coimbra (UC), em parceria com o Centro Hospitalar Tondela-Viseu e com os Agrupamentos de Escolas de Coimbra, Nelas e Viseu, que visa combater a ansiedade e a depressão em crianças dos 6 aos 13 anos.

O nome completo da iniciativa é “Protocolo Unificado para o Tratamento Transdiagnóstico das Perturbações Emocionais em Crianças”, mas ficou conhecido informalmente como “Detetives das Emoções” por trabalhar estratégias para as crianças lidarem melhor com as emoções difíceis, permitindo assim que, progressivamente, se sintam menos ansiosas e deprimidas.

Esta proposta de intervenção terapêutica foi desenvolvida nos Estados Unidos da América, mas a UC está a estudar uma adaptação às crianças portuguesas. O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), é conduzido por investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) e da Unidade de Psicologia Clínica Cognitivo-Comportamental (UPC3), da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), e tem a colaboração da Universidade de Miami (EUA).

Brígida Caiado, doutoranda na UC e envolvida no projeto, explica que os resultados mostram uma “elevada satisfação das crianças e pais com a intervenção, um forte envolvimento destes nas sessões e com melhorias significativas ao nível dos sintomas de ansiedade e depressão das crianças”.

Segundo a mesma, verificou-se “uma redução de processos psicológicos inerentes à psicopatologia (por exemplo, evitamento ou dificuldades na expressão emocional; intolerância às emoções negativas; sensibilidade à ansiedade; afeto negativo e erros cognitivos) e uma promoção de processos psicológicos subjacentes à saúde mental (mindfulness ou atenção plena, flexibilidade cognitiva, etc.). Os pais também consideram ter aprendido estratégias úteis para lidar com as dificuldades dos seus filhos, considerando a intervenção uma mais-valia para os seus filhos e para si mesmos”, diz.

Agora, a equipa está a levar a cabo um estudo mais alargado que pretende avaliar a eficácia desta intervenção através da comparação com um outro programa de intervenção psicoeducacional para a ansiedade e depressão (o ABC das Emoções). Só “através da comparação destes dois grupos, é possível avaliar a eficácia efetiva do programa “Detetives das Emoções: Protocolo Unificado para Crianças””, conclui Brígida Caiado.

Neste momento, encontram-se abertas inscrições para participação neste estudo. Podem participar crianças dos 6 aos 13 anos com perturbação emocional, isto é, medos interferentes, perturbação de ansiedade e/ou depressão.

Sessão do programa Foto: Universidade de Coimbra
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