BEJA COMBATE ARIDEZ E DESERTIFICAÇÃO DOS SOLOS
O distrito de Beja vai receber um projeto para combater a “elevada aridez” dos solos e desenvolver a adaptação climática da região.
Redação
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4 de Outubro 2021, 16:00
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Castro Verde, Mértola e Ourique, três concelhos do distrito de Beja, vão receber nos próximos dois anos um projeto para combater a “elevada aridez” e “suscetibilidade à desertificação” da região.  

O “Pastagens Regenerativas” é um projeto coordenado entre autarquias envolvidas, a agência de desenvolvimento local Esdime, e o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, que procura desenvolver a adaptação climática e a regeneração ambiental dos solos. 

De acordo com Marta Cortegano, o objetivo da iniciativa é “promover a adaptação climática, a regeneração ambiental e a sustentabilidade nos sistemas agropecuários extensivos” em “territórios de elevada aridez e suscetibilidade à desertificação”, revelou a coordenadora da iniciativa à Agência Lusa. 

O projeto, que se vai prolongar até setembro de 2023, tem como parceiros as associações Terra Sintrópica, de Agricultura Regenerativa de Espanha, de Agricultores do Campo Branco, de Criadores do Porco Alentejano e de Empresários do Vale do Guadiana, assim como a Cooperativa Agrícola do Guadiana e vários agricultores locais. O financiamento do “Pastagens Regenerativas” é assegurado pela Fundação LaCaixa, pela Soil Alliance e pelas três autarquias envolvidas. 

Segundo Marta Cortegano, esta é uma iniciativa que vai não só permitir usufruir das “imensas potencialidades” da região, mas também combater “as alterações climáticas, o declínio do montado” ou “o despovoamento” da região. “Os novos desafios colocados à produção alimentar”, a “baixa produtividade” das explorações agropecuárias locais ou a “dependência” destas relativamente aos fundos comunitários são também alguns dos obstáculos que o projeto tenta ultrapassar. 

Para conseguir fazer uma “transição agroecológica” do território para “um sistema de maneio holístico”, uma “técnica inovadora e promissora” para “a recuperação de solos desertificados e regeneração de pastagens”, o projeto vai implementar testes-piloto em quatro campos agrícolas, utilizando o sistema de arado ‘keyline’, que permite reabilitar solos agrícolas degradados e secos, e ainda armazenar a água da chuva. 

A coordenadora da iniciativa destacou ainda que a formação dos parceiros e trabalhadores agrícolas locais “para a aplicação dessas mesmas técnicas” e a partilha de conhecimento são também prioridades do “Pastagens Regenerativas”. 

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