GRUPO DE CIDADÃOS ALERTA PARA A POLUIÇÃO DO RIO ARUNCA
O grupo, Os Amigos do Arunca, escreveu uma carta aberta às entidades competentes na qual pedem respostas para os problemas do rio.
Redação
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1 de Outubro 2021, 18:30
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Depois de encontrarem “duas lindas lontras mortas no rio Arunca”, um grupo de cidadãos recorreu às redes sociais para criar Os Amigos do Arunca, uma página dedicada a “olhar o Rio Arunca para não o deixar morrer”.

O rio Arunca atravessa os concelhos de Pombal e de Soure, para desaguar no Mondego. Há um ano, os cidadãos pediram explicações às autoridades acerca da situação de degradação do rio, mas, como não obtiveram resposta, desta vez escreveram uma carta aberta em que expõem “as mesmas preocupações e novas.”

Na carta, endereçada aos autarcas de Pombal e de Soure, aos cidadãos, à Agência Portuguesa do Ambiente, ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, à comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, ao ministro do Ambiente e ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, dizem ter acompanhado, ao longo do último ano, “diversas situações que são cada vez mais emergentes de resolver”.

O grupo fala no impacto ambiental do “Corredor Ribeirinho”, um percurso pedestre com mais de 4kms, no qual a Câmara Municipal de Pombal investiu 700 mil euros, que acreditam ter repercussões irreversíveis “para a renaturalização de determinadas porções do percurso”, nomeadamente pelo abate de árvores relevantes para o rio e estreitamento do leito.

“Sabemos que a obra está autorizada pelas entidades competentes, mas temos de manifestar a nossa preocupação, mesmo no que diz respeito à manutenção futura dos espaços, e à necessidade de plano de continência no caso de fenómenos climáticos extremos”, dizem.

Segundo os ambientalistas, parte da poluição do rio continua por explicar. “Vários focos de origem da poluição mantêm-se e sem informação disponível, seja sobre o acompanhamento das entidades a essas denúncias, seja a eventual imputação de responsabilidade penais, contraordenações ou de reconstituição natural”, continuam.

Os Amigos do Arunca, agora acolhidos pelo GRUPO PROTECÇÃO SICÓ (Associação de Utilidade Pública e ONGA – Organização Não Governamental de Ambiente), falam ainda da importância da “monitorização” da qualidade da água do rio, de “ações de fiscalização rotineiras”, e de questões como o uso de químicos, lixo e outras agressões “permanecerem na ordem do dia”.

“Tememos danos significativos e irreparáveis nos ecossistemas terrestres e aquáticos, nomeadamente receamos problemas de saúde pública, pela agricultura para consumo humano que depende destas águas”, concluem.

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