BRAGANÇA: UMA CIDADE DO FUTURO COM PROBLEMAS DO PASSADO
Enquanto nas aldeias há quem sofra sem médicos ou saneamento, na cidade pensa-se em ciclovias e na transição digital. Para o autarca, a culpa é da Europa.
Redação
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1 de Outubro 2021, 11:52
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Durante a campanha para as últimas eleições à Câmara de Bragança, a falta de investimento das aldeias do município foi alvo de discussão. A oposição denunciou o excesso de atenção dada à zona urbana, em detrimento das áreas rurais.

Nas aldeias de Bragança ainda há falta de saneamento e de canalizações em habitações, em alguns casos não há visitas de médicos nem centros de saúde, e os transportes públicos são muitas vezes inexistentes. Mas as preocupações dos habitantes das zonas rurais estão muito longe da realidade da cidade.

Na zona urbana, as ocupações são outras. Bragança está determinada em cumprir as estratégias Bragança Eco Cidade e Bragança Smart City. No centro histórico já há WIFI grátis e vários projetos de modernização e requalificação de edifícios.

Mas, é o Plano para a Mobilidade Sustentável que tem recebido especial atenção. O município substituiu os veículos utilizados em serviços de limpeza, manutenção de jardins e apoio a outras tarefas urbanas por viaturas amigas do ambiente. Além disso, efetuou um “um considerável investimento” na instalação de novos pontos de carregamentos elétricos e, está a construir uma rede de ciclovias com mais de 22 quilómetros, com acessos aos principais pontos de interesse, como o centro histórico, as escolas, empresas, e serviços, completados por um sistema de partilha de 22 bicicletas elétricas.

Hernâni Dias, presidente reeleito, defendeu-se das críticas alegando estar apenas a cumprir orientações de Bruxelas, com as quais nem sempre concorda. O próprio admitiu que os investimentos “provavelmente poderão não responder de forma efetiva àquilo que são as necessidades”, mas foram feitos “para evitar perder verbas da União Europeia”, disse citado pela agência Lusa.

A região de Trás-os-Montes, em que Bragança está inserida, recebeu mais de 300 milhões de euros de fundos comunitários do Portugal 2020. Entre os maiores projetos estão os investimentos das empresas bragantinas FAURÉCIA (sistemas de escape) e CATRAPORT (componentes metálicos) para a criação de unidades produtivas. Destaca-se ainda a construção do Premium Bragança Hotel & Spa e a reabilitação do Museu da Língua Portuguesa, ambos com um investimento superior a 4 milhões.

Também foi com dinheiro de Bruxelas que se construíram ciclovias – 4,2 milhões de euros gastos em infraestruturas de mobilidade suave e no serviço de transportes coletivos – assim como se requalificou a Escola Secundária de Mirandela (3,1 milhões de euros) e investiu-se na eficiência energética do Hospital de Bragança (num montante de 3,8 milhões de euros).

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