Ana Palmeira de Oliveira, presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), considera que Tancos pode ser uma das soluções para a estrutura aeroportuária de Portugal. “Se olharmos em redor, encontramos duas soluções para este problema: uma pronta em Beja, com um aeroporto internacional construído e operacional; a outra em Tancos, a “um passo” de estar pronta”, afirmou em declarações à Lusa.
Segundo a mesma fonte, a discussão sobre a localização do novo aeroporto “é antiga” e parece “ser difícil encontrar um consenso”, mas refere que “com posicionamentos bastante estratégicos e capazes de dar resposta a um desenvolvimento mais coeso, estas soluções [Tancos e Beja] não substituem um aeroporto à medida do que Lisboa precisa e merece, mas reforçam a resposta urgente e tão necessária”, defendeu.
“Não devemos ignorar que a solução da resposta aeroportuária a pouco mais de uma hora da capital já está implementada em outros países europeus. É Lisboa assim tão diferente?”, questionou.
Vale a pena relembrar que o primeiro-ministro António Costa determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, cuja proposta passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo que complementaria o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, sendo posteriormente encerrado quando fosse concluída a empreitada do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, apontada para 2035.
Na visão do governante, na nova solução aeroportuária para a região de Lisboa se tem de “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”, referiu.
Já Ana Palmeira de Oliveira questionou “se não merece também o resto do país uma oportunidade de ser parte da solução” e, no âmbito desse contributo estratégico, “beneficiar ainda do consequente desenvolvimento territorial, no plano empresarial, turístico e social”, defendeu. “Não podemos ignorar que não somos um país rico e que os recursos que temos têm de estar em pleno ao serviço das pessoas e dos territórios”, concluiu.