Pelo menos 14 pessoas foram mortas em dois ataques de extremistas islâmicos no norte do Burkina Faso, disseram à agência de notícias France-Presse (AFP), na terça-feira, fontes locais e das forças de segurança.
“Indivíduos armados atacaram nas primeiras horas de segunda-feira a aldeia de Safi, localizada na cidade de Boala, perto de Kaya. Os Voluntários para a Defesa da Pátria [VDP] que foram diretamente visados perderam oito elementos”, disse uma fonte das forças de segurança à AFP.
Vários outros elementos dos VDP foram também feridos no ataque, disse a mesma fonte, adiantando que, “no mesmo dia, perto de Markoye, na província de Oudalan, indivíduos armados mataram seis civis e levaram veículos e outros bens”.
“Os terroristas raptaram três jovens na estrada Salmossi-Markoye, que mais tarde foram encontrados mortos no mato durante o dia [de segunda-feira]”, disse um familiar das vítimas à AFP.
Desde 2015, o Burkina Faso tem sido regularmente palco de ataques de grupos exremistas islâmicos, cada vez mais frequentes, que têm matado milhares de pessoas e forçaram cerca de dois milhões a fugir de suas casas.
O capitão Ibrahim Traoré, que liderou um golpe militar a 30 de Setembro contra o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, foi empossado como líder do governo de transição pelo Conselho Constitucional a 21 de outubro e estabeleceu o objetivo de “recuperar o território ocupado pelos terroristas”.
Este foi o segundo golpe de Estado no Burkina Faso em oito meses, com os golpistas a sublinharem sempre a deterioração da situação de segurança.
A 24 de janeiro, soldados liderados por Damiba tinham derrubado o Presidente, Roch Marc Christian Kaboré, acusado de falhar na resposta aos ataques.
A 25 de outubro, o novo governo lançou o recrutamento de 50 mil civis para a organização Voluntários para a Defesa da Pátria, auxiliares civis do exército, para “reforçarem as fileiras do exército na luta contra o terrorismo”.