
Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, revelou ontem que vai propor um traçado alternativo ao IP3 entre Penacova e o nó de Santa Comba Dão para que a via possa ter perfil de autoestrada em toda a sua extensão, sem contar com qualquer portagem.
De acordo com o autarca, o estudo relativo a esta solução é extremamente necessário, uma vez que na zona da Livraria do Mondego, dada a orografia do terreno, não é possível a duplicação das vias, o que faz com que a circulação rodoviária continue condicionada. “Que se faça esta ligação em quatro vias, que se estude o traçado em quatro vias. Se se resolver o constrangimento com uma via nova então, de facto, ficamos ligados ao IC2 com quatro vias. Ter a duplicação e depois um atrofiamento na Livraria do Mondego pomos em causa um investimento grande. É esta a proposta que vou fazer à tutela”, afirmou.
O projeto de requalificação do IP3 tem início marcado para o final de 2022 com a empreitada do troço final entre o norte de Santa Comba Dão e Viseu, no nó de ligação à A25, com perfil de auto-estrada, enquanto que a empreitada para o troço entre Souselas e Penacova deverá acontecer no próximo ano.
Posteriormente, “no troço entre Penacova e a Lagoa Azul (Mortágua), não estão previstos nenhuns melhoramentos, ou seja, não tem perfil de auto-estrada” e, entre a Lagoa Azul e o norte de Santa Comba Dão, o projecto prevê o alargamento para duas vias”. “Mas mantém-se a perigosa descida na ponte do Dão, em Santa Comba Dão, onde ocorreu o fatídico desastre com o autocarro da Câmara [em 2001]. E, por isso, a novidade é uma variante ao actual traçado na ponte do Dão, em Santa Comba Dão”, explicou Fernando Ruas, acrescentando que a ideia foi discutida “com especialistas que acompanham o processo do IP3” e “agora vai ser discutida na CIM”.
“Do actual projecto de requalificação do IP3 todo desenvolvido em cima do traçado actual, dá 83 por cento com duas vias, ou seja, o traçado actual, se for executado, 83 por cento fica com perfil de auto-estrada. Depois, 12 por cento tem uma via num sentido e duas no outro e três por cento fica com uma via em cada sentido”, precisou. Desta forma, “os três por cento, que são onde estão os estrangulamentos, teriam um novo projecto”.
Do atual projecto de requalificação do IP3, desenvolvido em cima do actual traçado, apenas terá 85 por cento com duas vias em cada sentido. “A CIM defende um traçado do IP3 com um perfil de duas faixas de rodagem, cada uma com, pelo menos, duas vias, em toda a sua extensão desde o IC2 até Viseu. Com este novo troço criado de raiz evitam-se os constrangimentos na passagem pela Livraria do Mondego e resolve o ponto de segurança mais negro na zona da Ponte do Dão”, concluiu o autarca.



